quarta-feira, 23 de outubro de 2013


2.1 - Tipos de Gado e as diferenças de carne


O boi doméstico é dividido em duas subespécies: Zebu e Taurino. Os zebuínos são de origem indiana, com características bem rústicas e tolerantes a climas quentes, porém com baixo potencial de acúmulo de gordura e marmorização da carne*. Já os taurinos são de origem europeia, vindos de climas bem frios e, para isso, acumulam gordura com facilidade para sobreviverem nos climas extremos. A carne dos taurinos são mais macias e suculentas, contudo esta subespécie não se adaptaria bem ao nosso clima quente e aos parasitas tais como carrapatos, moscas, entre outras doenças. Como exemplo de gado taurino bom para criação de corte temos as principais raças: Aberdeen Angus, Wagyu e Hereford. Em termos de marmoreio, a raça que atualmente é a mais marmorizada seria a Wagyu.



 

* Marmorização da carne ou Carne de Marmoreio: é o termo utilizado para dizer que a carne possui gordura entre suas fibras. O efeito de marmorização é dado, pois ao se depositar intramuscularmente, a gordura faz um efeito de “mármore” na carne.

Da cima para a baixo, os graus de marmoreio em ordem crescente.


No Brasil, utilizamos principalmente a subespécie zebuína para criação de gados de corte, devido à sua boa adaptação ambiental. As principais raças zebuínas usadas no Brasil atualmente são: Nelore, Brahman e Guzerá. Atualmente, com a evolução da ciência genética, são feitos diversos cruzamentos genéticos entre as diferentes raças com o objetivo de criar a raça ideal para os diferentes tipos de criação.


      
As raças zebuínas: Nelore, Brahman e Guzerá, respectivamente.
      


As raças taurinas: Wagyu, Hereford e Aberdeen Angus, respectivamente.
                                                     
                                                    
2.2 E agora, como comprar a carne ideal?


A carne fresca deve ter coloração vermelho-cereja brilhante, odor característico de carne fresca e uma certa elasticidade, capaz de fazê-la ceder à pressão dos dedos. A gordura deve ter coloração amarelo-clara, próxima à tonalidade da manteiga. A carne embalada a vácuo, entretanto, tem cor mais escura, o que é normal e não indica deterioração. Não deixe de verificar a data de validade do produto, que, por lei, deve estar impressa no rótulo da embalagem.

Atenção: Se você notar excesso de líquido dentro das embalagens, assim como manchas esverdeadas, ou se a embalagem não estiver bem aderida ao produto, não compre-o. Quando adquirir carnes congeladas, coloque-as no congelador de sua casa, no máximo, no prazo de uma hora após a compra.

Prefira as carnes embaladas, tanto a vácuo como em pequenas bandejas, mas principalmente as embaladas à vácuo. Essa é uma das formas mais seguras de garantir a qualidade e a durabilidade da carne, pois impede o crescimento de microrganismos que precisam de oxigênio para se manter. A carne acondicionada nesse tipo de embalagem apresenta uma coloração mais escura, próxima ao marrom, mas isso é perfeitamente normal, pois se deve à falta de contato do pigmento da carne (hemoglobina) com o oxigênio. Poucos minutos após a abertura da embalagem, ao entrar em contato novamente com o oxigênio, ela retornará à sua cor vermelho-cereja natural.

E por fim, é claro, escolha lugares de confiança, fique atento à higiene tanto dos funcionários quanto do estabelecimento e verifique se o local de armazenamento das carnes é devidamente refrigerado e isolado de moscas e afins. E a carne bovina nunca, em hipótese alguma deve permanecer misturada com carnes suínas, aves e outras a fim de evitar a contaminação cruzada.

terça-feira, 22 de outubro de 2013









1. Introdução
Entendendo um pouco sobre a história do Homem, do Fogo e da Carne


1.1 - A Carne e a História do Homem

A história do Homem com o fogo começou na Era Paleolítica, foi quando começaram a se espalhar pelo mundo, atingindo climas cada vez mais frios, no qual o fogo tornou-se vital para o aquecimento e como fonte de luz. Mas foi na Era Neolítica que o Homem começou a explorar mesmo a utilidade do fogo para o cozimento de carnes. Foi a partir do uso do fogo na cocção que o número e a variedade de alimentos disponíveis para os primitivos aumentaram drasticamente.


 1.2 - O início do Fogo de Chão

A culinária da carne ao fogo foi trazida principalmente pelos espanhóis durante a colonização sul-americana. Além do Sul do Brasil, a Argentina e o Uruguai também possuem a mesma cultura de carnes de churrasco. Na Espanha existe a tradição do cozimento do tipo rollete, aquelas típicas barras que se usam para cozinhar os porcos e ficam rodando em cima da brasa. Porém, os bovinos são bem maiores que os suínos, e por isso, foi preciso adaptar este método. Desse modo, os gaúchos inventaram o fogo de chão.

Eram feitos buracos no chão, chamados de covas, que mediam entre 80 centímetros e 1 metro, preenchidos de lenha ou carvão. Para facilitar o cozimento, eram escolhidos cortes da carne estratégicos como a costela, ponta de agulha, alcatra, filé mignon e o contra-filé, e estes eram espetados em madeira ou metal (nos tempos mais modernos). Os outros cortes de carne eram pouco valorizados, mais usados para cozinhar em panela.

Enquanto os vaqueiros, também conhecidos como gaúchos, transportavam o gado de um pasto para o outro costumavam abater os animais mais velhos e se alimentavam ali mesmo, em meio ao acampamento, usando como tempero o sal e, quando o espeto era de madeira, usava-se madeira verde de pitangueira e, mais atualmente, de eucalipto para dar um sabor a mais. Os peões que conduziam os rebanhos de gado também introduziram o uso do sal para fazer carnes do tipo charque em suas viagens, que conservava o alimento, impedindo que estragassem.